sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CORTEJO DE FOLIÕES

Por Edson Vidigal

Olha lá o rei
E seu convento de freiras 
intocadas em suas vergonhas 
clementes ao deus

Olha lá o rei
E seu bigode de guerra,
seu costume de um tecido mágico
aos olhos dos seus

Olha lá o rei
E seu cortejo perdido,
perverso, pervertido,
gentil e libertino,
postado a seus pés

Olha lá o rei
E seu palácio de espuma
guardado por feras,
por alvas e belas,
pelas altas marés

Olha lá o rei
Protegido por mil tentáculos
e fluídos negros
que encobrem a visão

Olha lá o rei
Com seus castelos e ilhas
que transbordam alegres
os mares de uma nação

E segue o cortejo de foliões
deslumbrados com sua trama
alguns arriscam que o rei está nu
e outros sonham com sua fama

E tudo o que se vê é amor
E tudo o que se vê é paixão
E tudo o que se vê é o que fica
Em anos e anos da mesma canção