sábado, 17 de setembro de 2016

Bailarina

Por Edson Travassos Vidigal

Naquela caixinha meiga ela dançou viva e cálida enquanto o mundo se fechava ao leu de uma canção. Valsou em mim, flutuou em si, Um pé no ar, outro espetado ao chão. Balançou seus braços, repetiu seus passos, na circunferência morta de um astro anão. Suas dobras duras sacudiam tortas carregando o brilho de estrelas mortas. Suas costas lisas refrescavam brisas de um dia escuro, noite de verão. Seu mundo era seu, só seu. Ali, naquele infinito breu. No nada que se veste negro, no todo que se despe nu. E no ínfimo instante em que seguiu adiante, cantou bem baixinho a surda melodia que um dia encantou olhares e tocou bem forte a pele rubra e pálida de um frágil coração...

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